FRAG MENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO

FRAG MENTOS DE UM DISCURSO AMOROSO
) de certeza que há pão e dança e sons e pés - fot pete kehrle lovers for love





Dois poderosos mitos fizeram-nos acreditar que o amor podia, devia sublimar-se em criação estética:


- o mito socrático ( amar serve para criar uma multidão de belos e magníficos discursos )


- e o mito romântico ( produzirei uma obra imortal escrevendo a minha paixão )



[
roland barthes fragmentos de um discurso amoroso 1977

















A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social levou, na definição de toda a realização humana, a uma evidente degradação do ser em ter.

A fase presente da ocupação total da vida social em busca da acumulação de resultados econômicos conduz a uma busca generalizada do ter e do parecer, de forma que todo o ´ter` efetivo perde o seu prestígio imediato e a sua função última.

Assim, toda a realidade individual se tornou social e diretamente dependente do poderio social obtido.

Somente naquilo que ela não é, lhe é permitido aparecer.

À medida que a necessidade se encontra socialmente sonhada, o sonho torna-se necessário.

O espetáculo é o mau sonho da sociedade moderna acorrentada, que ao cabo não exprime senão o seu desejo de dormir.

O espetáculo é o guardião deste sono.

A alienação de espectador em proveito do objeto contemplado (que é o resultado da sua própria atividade inconsciente) exprime-se assim:

quanto mais ele contempla, menos vive;

quanto mais aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos ele compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo.

A exterioridade do espetáculo em relação ao homem que age aparece nisto, os seus próprios gestos já não são seus, mas de um outro que lhos apresenta.

Eis porque o espectador não se sente em casa em parte alguma, porque o espetáculo está em toda a parte.



DEBORD, Guy. A Sociedade do Espetáculo, excertos.

Tradução
www।terravista.pt/IlhadoMel/1540.





setembro_08

DMCA.com